Foram dois dias de trocas de experiências, bate-papos, debates, lembranças e muita leitura. A IV Feira de Leitura, realizada em parceria pel...
Foram dois dias de trocas de experiências, bate-papos, debates, lembranças e muita leitura. A IV Feira de Leitura, realizada em parceria pelo Ceel (Cento de Estudos em Educação e Linguagem da UFPE), Biblioteca Caranguejo Tabaiares, educadores Xukuru e Releitura (bibliotecas Comunitárias em Rede) mostrou que é um evento que se consolida a cada ano.
A Releitura teve participação ativa, seja na organização do evento seja em várias mesas de debate, oficinas e outras atividades da programação. A Tenda de Leitura da rede esteve sempre cheia: de gente, de livros, de leituras e de alegria.
Um dos momentos marcantes da Feira foi o bate-papo sobre os dez anos da rede. Estavam lá os integrantes das oito bibliotecas que compõem a Releitura, entre eles articuladores mais antigos, dos tempos em que tudo era semente e eram apenas três bibliotecas. Um deles foi Gabriel Santana, que tirou lembranças do baú, de quando as bibliotecas comunitárias ainda engatinhavam e buscavam apoio mútuo.
Cida Fernandez, do Centro de Cultura Luiz Freie, foi parceira da Releitura desde os primeiros passos – sobretudo na formação e no fortalecimento das bibliotecas para atuarem na luta por políticas públicas. Ela ressaltou que a Releitura foi pioneira na criação do Projeto Prazer em Ler, do Instituto C&A, e lembrou a longa militância da rede na busca da formação de leitores e na garantia do acesso ao livro: da participação no Fórum Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas à luta pela implantação do PELLLB (Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas).
Isamar Santana, da biblioteca do Cepoma, lembrou o quanto esse trabalho em rede ajudou a melhorar o trabalho nas bibliotecas e com seus principais parceiros: a própria comunidade. Cada mudança, desde a maneira de catalogação dos livros, a qualidade do acervo, o trabalho de mediação... tudo isso foi trazido à tona. “Saímos de espaços mal pensados para nos transformarmos em espaços acolhedores, com acervo qualificado e catalogação automatizada, facilitando os empréstimos”, diz Flávia Melena, da Biblioteca Lar Meimei.
SISTEMAS PÚBLICOS – A mesa sobre Sistemas Públicos de Bibliotecas: limites e possibilidades foi outro momento de destaque. O debate, com Elisa Machado, da Biblioteca Unirio, foi coordenado pela articuladora da Releitura Betânia Andrade, da Biblioteca Popular do Coque, e teve como debatedor Fábio Rogério, que também integra a rede, mas representou o Fórum Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.
Elisa citou o exemplo de Recife pelo trabalho em rede realizado pelas bibliotecas comunitárias e do quanto seria importante que isso fosse valorizado pelas prefeituras locais.
Para os integrantes da Releitura, a IV Feira de Leitura reforçou os elos, que não são apenas de atuação, mas também afetivos. Homenagem a Antônio Cândido, conversa com as Maria Albuquerque e Maria Eugênia Menezes sobre o livro “Cartas Marianas”, oficinas... foram muitos momentos de aprendizagem, que ajudam a consolidar a Releitura, nestes dez anos de atuação.