[caption id="attachment_1664" align="alignleft" width="300"] Isamar Martins do Cepoma, representou a Releitur...
[caption id="attachment_1664" align="alignleft" width="300"] Isamar Martins do Cepoma, representou a Releitura na mesa que discutiu conceitos, práticas e desafios das bibliotecas - Fotos: Costa Neto/Secult-Fundarpe[/caption]
O I Encontro Estadual de Bibliotecas Públicas, que aconteceu no Recife, dias 13 e 14 de novembro, em parceria com o Instituto C&A, via Releitura - polo do Programa Prazer em Ler -, dentre outros, vai gerar dois documentos a serem entregues às secretarias estaduais de Cultura e da Educação e também às prefeituras municipais. Os documentos estão sendo redigidos e/ou sistematizados por comissão representativa dos segmentos presentes, tirada em plenário: a Carta do Recife, com os principais pontos de reivindicações, e o mapeamento do setor de bibliotecas públicas no Estado de Pernambuco.
Durante os dois dias de trabalhos, a Academia Pernambucana de Letras, situada na Zona Norte da Capital pernambucana, transformou-se em território das bibliotecas públicas – estaduais, municipais e comunitárias. Cerca de 200 pessoas, trabalhadores de bibliotecas de todas as regiões do estado - e também dos polos de leitura do Programa Prazer em Ler, do Instituto C&A - além de Pernambuco, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão e Minas Gerais - se reuniram com gestores da cultura, educação e do sistema nacional, estadual e municipal de bibliotecas. Debateram e apontaram os desafios para traçar caminhos que levem, efetivamente, à valorização da biblioteca, do livro, da leitura e da literatura como instrumentos fundamentais ao exercício da cidadania, transformadores da vida das pessoas - também aqui.
A Carta do Recife vai resumir as conclusões do I Encontro, a partir de nove pontos principais, a saber: 1) definir o conceito do que é biblioteca pública, biblioteca comunitária e biblioteca escolar; 2) enfatizar a necessidade de dotação orçamentária que garanta autonomia para o desenvolvimento da biblioteca com qualidade; 3) apontar a urgência da abertura de concurso público para suprir as necessidades dos segmentos de bibliotecas pública e escolar; 4) exigir o reconhecimento do fim público da biblioteca; 5) reforçar o direito de acesso a todo o tipo de informação, conforme determina a lei; 6) reivindicar a inclusão das bibliotecas escolares nos planos municipal e estadual de educação, com orçamento específico; 7) ressaltar a importância de se criar a rede de bibliotecas públicas; 8) requerer a criação do Fórum Permanente de Defesa da Biblioteca, do Livro e da Leitura, com participação mista; 9) Destacar a importância do comparecimento dos gestores públicos nos eventos relacionados ao setor.
Há o compromisso da Secretaria de Cultura de Pernambuco em pautar suas políticas públicas para o livro, a leitura literária e a biblioteca a partir de tais indicações. O escritor Wellington Melo, da Coordenadoria de Literatura e Bibliotecas da Secult/PE, garante que o secretário Fernando Duarte, ali representado por ele, faz questão de receber os resultados do I Encontro, pessoalmente e em caráter oficial. Formatados os documentos, audiência será marcada nesse sentido.
Em Pernambuco as bibliotecas são geridas pela Secretaria da Educação. Todavia, a Cultura reconhece a necessidade de aproximação entre as duas áreas, no entender de Wellington Melo, uma “esquizofrenia do Estado brasileiro, herdada dos períodos autoritários”; e se propõe a buscar a integração que leve ao planejamento e investimento compartilhado. Lembra que a própria ideia do encontro surgiu de experiência semelhante com os mesmos atores - poder público, nos três níveis, e sociedade civil, parceria que a concretização do I Encontro transformou em marco, concordam todos.
Elo mediador
[caption id="attachment_1665" align="alignleft" width="300"] Criança da Brigada Leitora de Caruaru: sussurros poéticos[/caption]
A necessidade de permanente sensibilização dos gestores públicos para a importância da biblioteca na disseminação da leitura, do livro e da literatura como direito e instrumento de exercício da cidadania, aliás, é o desafio primeiro de quem trabalha para democratizar o acesso. Entretanto, se a definição de políticas públicas efetivas é essencial para a formação de um Brasil leitor, não basta, por si.
Isamar Martins, coordenadora da Biblioteca Comunitária do Cepoma – que representou a Releitura na mesa sobre políticas e práticas das bibliotecas e os desafios para a formação de uma sociedade leitora, pontua: “Os parceiros ajudam com recursos, mas o que sustenta a biblioteca comunitária é o comprometimento da comunidade; do Estado e do Município vem muito pouco”. Além do que, como ela mesma constata, “livro - e por extensão leitura, literatura e biblioteca – não é artigo de primeira necessidade para a maioria das famílias que a gente atende; em primeiro lugar, vem a sobrevivência.”
No que concorda Volnei Canônica, do Instituto C&A, coordenador do Programa Prazer em Ler. Em uma de suas intervenções, cita Bartolomeu Campos de Queirós, idealizador do Movimento por um Brasil Literário: “Quem colocou o desejo do açúcar no coração da formiga?”, escreveu o mineiro. E completa: “Como colocar o desejo da leitura, o desejo de ocupar as bibliotecas no coração das pessoas, da sociedade?”. Eis outro grande desafio, talvez o maior.
O I Encontro Estadual de Bibliotecas Públicas de Pernambuco é uma iniciativa da Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede, da Região Metropolitana do Recife, do Centro de Cultura Luiz Freire e do Instituto C&A, a partir do Programa Prazer em Ler. Sua concretização envolveu duas outras organizações da sociedade civil pernambucanas: Bagulhadores do Mió e Ekó Educação e Cultura; e mais o poder público, nos três níveis – municipal, estadual e federal: Secretaria Estadual de Educação, Fundação de Cultura da Cidade de Recife/Gerência Operacional dos Centros de Formação e Pesquisa Cultural; Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, Biblioteca Pública do Estado, Representação Regional Nordeste-MinC e Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.
O I Encontro Estadual de Bibliotecas Públicas, que aconteceu no Recife, dias 13 e 14 de novembro, em parceria com o Instituto C&A, via Releitura - polo do Programa Prazer em Ler -, dentre outros, vai gerar dois documentos a serem entregues às secretarias estaduais de Cultura e da Educação e também às prefeituras municipais. Os documentos estão sendo redigidos e/ou sistematizados por comissão representativa dos segmentos presentes, tirada em plenário: a Carta do Recife, com os principais pontos de reivindicações, e o mapeamento do setor de bibliotecas públicas no Estado de Pernambuco.
Durante os dois dias de trabalhos, a Academia Pernambucana de Letras, situada na Zona Norte da Capital pernambucana, transformou-se em território das bibliotecas públicas – estaduais, municipais e comunitárias. Cerca de 200 pessoas, trabalhadores de bibliotecas de todas as regiões do estado - e também dos polos de leitura do Programa Prazer em Ler, do Instituto C&A - além de Pernambuco, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão e Minas Gerais - se reuniram com gestores da cultura, educação e do sistema nacional, estadual e municipal de bibliotecas. Debateram e apontaram os desafios para traçar caminhos que levem, efetivamente, à valorização da biblioteca, do livro, da leitura e da literatura como instrumentos fundamentais ao exercício da cidadania, transformadores da vida das pessoas - também aqui.
A Carta do Recife vai resumir as conclusões do I Encontro, a partir de nove pontos principais, a saber: 1) definir o conceito do que é biblioteca pública, biblioteca comunitária e biblioteca escolar; 2) enfatizar a necessidade de dotação orçamentária que garanta autonomia para o desenvolvimento da biblioteca com qualidade; 3) apontar a urgência da abertura de concurso público para suprir as necessidades dos segmentos de bibliotecas pública e escolar; 4) exigir o reconhecimento do fim público da biblioteca; 5) reforçar o direito de acesso a todo o tipo de informação, conforme determina a lei; 6) reivindicar a inclusão das bibliotecas escolares nos planos municipal e estadual de educação, com orçamento específico; 7) ressaltar a importância de se criar a rede de bibliotecas públicas; 8) requerer a criação do Fórum Permanente de Defesa da Biblioteca, do Livro e da Leitura, com participação mista; 9) Destacar a importância do comparecimento dos gestores públicos nos eventos relacionados ao setor.
Há o compromisso da Secretaria de Cultura de Pernambuco em pautar suas políticas públicas para o livro, a leitura literária e a biblioteca a partir de tais indicações. O escritor Wellington Melo, da Coordenadoria de Literatura e Bibliotecas da Secult/PE, garante que o secretário Fernando Duarte, ali representado por ele, faz questão de receber os resultados do I Encontro, pessoalmente e em caráter oficial. Formatados os documentos, audiência será marcada nesse sentido.
Em Pernambuco as bibliotecas são geridas pela Secretaria da Educação. Todavia, a Cultura reconhece a necessidade de aproximação entre as duas áreas, no entender de Wellington Melo, uma “esquizofrenia do Estado brasileiro, herdada dos períodos autoritários”; e se propõe a buscar a integração que leve ao planejamento e investimento compartilhado. Lembra que a própria ideia do encontro surgiu de experiência semelhante com os mesmos atores - poder público, nos três níveis, e sociedade civil, parceria que a concretização do I Encontro transformou em marco, concordam todos.
Elo mediador
[caption id="attachment_1665" align="alignleft" width="300"] Criança da Brigada Leitora de Caruaru: sussurros poéticos[/caption]
A necessidade de permanente sensibilização dos gestores públicos para a importância da biblioteca na disseminação da leitura, do livro e da literatura como direito e instrumento de exercício da cidadania, aliás, é o desafio primeiro de quem trabalha para democratizar o acesso. Entretanto, se a definição de políticas públicas efetivas é essencial para a formação de um Brasil leitor, não basta, por si.
Isamar Martins, coordenadora da Biblioteca Comunitária do Cepoma – que representou a Releitura na mesa sobre políticas e práticas das bibliotecas e os desafios para a formação de uma sociedade leitora, pontua: “Os parceiros ajudam com recursos, mas o que sustenta a biblioteca comunitária é o comprometimento da comunidade; do Estado e do Município vem muito pouco”. Além do que, como ela mesma constata, “livro - e por extensão leitura, literatura e biblioteca – não é artigo de primeira necessidade para a maioria das famílias que a gente atende; em primeiro lugar, vem a sobrevivência.”
No que concorda Volnei Canônica, do Instituto C&A, coordenador do Programa Prazer em Ler. Em uma de suas intervenções, cita Bartolomeu Campos de Queirós, idealizador do Movimento por um Brasil Literário: “Quem colocou o desejo do açúcar no coração da formiga?”, escreveu o mineiro. E completa: “Como colocar o desejo da leitura, o desejo de ocupar as bibliotecas no coração das pessoas, da sociedade?”. Eis outro grande desafio, talvez o maior.
O I Encontro Estadual de Bibliotecas Públicas de Pernambuco é uma iniciativa da Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede, da Região Metropolitana do Recife, do Centro de Cultura Luiz Freire e do Instituto C&A, a partir do Programa Prazer em Ler. Sua concretização envolveu duas outras organizações da sociedade civil pernambucanas: Bagulhadores do Mió e Ekó Educação e Cultura; e mais o poder público, nos três níveis – municipal, estadual e federal: Secretaria Estadual de Educação, Fundação de Cultura da Cidade de Recife/Gerência Operacional dos Centros de Formação e Pesquisa Cultural; Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, Biblioteca Pública do Estado, Representação Regional Nordeste-MinC e Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.