[caption id="attachment_1062" align="alignleft" width="300"] Fotos: Gabriel Santana/Rede[/caption] Marly semp...
[caption id="attachment_1062" align="alignleft" width="300"] Fotos: Gabriel Santana/Rede[/caption]
Marly sempre gostou de ler, e desde cedo procurou cultivar o hábito no filho, Jadilson, para quem lê histórias desde pequeninho. Mãe atenta e presente, passou a frequentar a Biblioteca Comunitária Lar Meimei, no Bairro Novo, Olinda, que foca suas atividades no fortalecimento e na promoção social da família, especialmente nas mães, como sujeito de direito. Tornou-se mediadora de leitura, voluntária, três vezes por semana, no espaço que nasceu do Lar MeiMei - que atende crianças de 02 a 06 anos, de família carentes. Hoje,a biblioteca é frequentada, inclusive, por idosos:
"Estou aprendendo a contar histórias para uma turma maior, aprendendo a olhar o livro com o respeito que ele merece", diz na roda de mediadores e coordenadores da nossa Rede de Bibliotecas Comunitárias.
O diálogo abriu os trabalhos na manhã de ontem, no I Encontro de Formação do Polo Recife, que prossegue ao longo desta quarta, na Bibilioteca Comunitária Peró, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Antes, Érica Verçosa, assessora Pedagógica do Instituto C&A, mantenedor do Projeto REleitura, fez o acolhimento literário. Leu para a gente o livro O Pote Vazio, Demi, Editora Martins Fontes, lenda oriental que fala sobre o valor da ética, da honestidade, da dedicação e da verdade.
As bibliotecas que formam a Rede estão cheias de novidades. No esforço para tornar o prazer da leitura um hábito nas diversas comunidades, e/ou no atendimento da demanda que cresce inversamente proporcional aos recursos, inclusive humanos, às limitações estruturais de localização, espaço, divulgação. Cada qual com sua estratégia, aos poucos, vão desfazendo "o nó" do trabalho coletivo, em rede, muitas vezes voluntário e carente de sustentabilidade.
Por exemplo: na MeiMei, sábado também é dia de batente, para atender à demanda crescente: crianças pela manhã, idosos à noite - e Marly, a mãe do Jadilson, assume o leme nessa tarefa. Está em curso uma campanha nas comunidades do entorno e nos espaços coletivos, já existe sinalização para o acesso à biblioteca, e uma escada também está sendo construída para facilitá-lo.
Na Biblioteca Popular do Coque, mulheres da comunidade agora são frequentes e algumas, avós inclusive, já levam livro para casa. "O trabalho de arte-educação com artesanato, ministrado por Sandra, é precedido por relaxamento e mediação de leitura. Despertou a criatividade e levantou a autoestima", explica a coordenadora Maria Betânia. As Fuxiqueiras do Coque se orgulham de seus talentos e suas habilidades, antes insuspeitadas,e já têm até exposição dos trabalhos marcada, para o próximo dia 27. Betânia conta que, agora, a mediação leitura está sendo feita, também, em domicílio e há uma agenda com creches e escolas locais.
Dificuldades existem, e são comuns à, praticamente, todos os integrantes da Rede. Mesmo a anfitriã Peró, que conta com uma estrutura física mais apropriada, por exemplo, o reduzido quadro de pessoal limita a atuação, quanto mais que, ao contrário das demais bibliotecas, a Peró não está localizada na comunidade,lembra Luana. Em quaisquer dos casos, outro ponto comum é o empenho em superar ou contornar as barreiras.
A Biblioteca Comunitária Amigos da Leitura, no Alto José Bonifácio, por exemplo, luta com a deficiência de recursos humanos, mas o trabalho segue. Outro exemplo acontece na Biblioteca Comunitária Os Bravistas - Shekiná, no Bairro Ouro Preto, Olinda, que alia a mudança para um espaço maior, em processo, com a recuperação do acervo, alvo de roubo e estragos ano passado.
A Biblioteca Multicultural Nascedouro, do Movimento Cultural Boca do Lixo, em Peixinhos, Olinda, dribla o desfalque "no capital humano", nas palavras do mediador, Rogério, com novos projetos de incentivo à leitura, que seguem "a todo vapor".
Na Biblioteca Cepoma, em Brasília Teimosa, Recife, Isamar, coordenadora, reconhece as limitações de espaço e infraestrutura, "por mais que tenhamos (a comunidade) um senso de pertencimento". A despeito disso, o trabalho avança, e a biblioteca mantém interlocução permanente com as lideranças locais e está presente nos espaços de cidadania da comunidade, famosa por sua capacidade de mobilização.
Na Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares, as atenções estão focadas na reforma, que vai garantir a ampliação da área. Além de aumentar a capacidade de atendimento e oferecer mais conforto aos frequentadores, explica Reginaldo. Há mais: os/as mediadores/as estão recebendo aulas de francês, o que ajuda a ampliar o horizonte literário, e o que aprendem repassam para a criançada frequentadora, ao menos as palavras básicas.
Trabalhar em rede é um desafio, que exige, planejamento, estratégia, disposição e co-responsabilidade; além de "incidência política", observa Érica Verçosa, que já foi mediadora na Biblioteca do Peró, antes de assumir a coordenação pedagógica do Instituto C&A. Como lembra Cida Fernandez, do Centro de Cultura Luiz Freire - uma das facilitadoras do encontro -, "incidência política é papel da sociedade, é controle social".
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Revisto e atualizado em 22.03.2012, às 14:11
Marly sempre gostou de ler, e desde cedo procurou cultivar o hábito no filho, Jadilson, para quem lê histórias desde pequeninho. Mãe atenta e presente, passou a frequentar a Biblioteca Comunitária Lar Meimei, no Bairro Novo, Olinda, que foca suas atividades no fortalecimento e na promoção social da família, especialmente nas mães, como sujeito de direito. Tornou-se mediadora de leitura, voluntária, três vezes por semana, no espaço que nasceu do Lar MeiMei - que atende crianças de 02 a 06 anos, de família carentes. Hoje,a biblioteca é frequentada, inclusive, por idosos:
"Estou aprendendo a contar histórias para uma turma maior, aprendendo a olhar o livro com o respeito que ele merece", diz na roda de mediadores e coordenadores da nossa Rede de Bibliotecas Comunitárias.
O diálogo abriu os trabalhos na manhã de ontem, no I Encontro de Formação do Polo Recife, que prossegue ao longo desta quarta, na Bibilioteca Comunitária Peró, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Antes, Érica Verçosa, assessora Pedagógica do Instituto C&A, mantenedor do Projeto REleitura, fez o acolhimento literário. Leu para a gente o livro O Pote Vazio, Demi, Editora Martins Fontes, lenda oriental que fala sobre o valor da ética, da honestidade, da dedicação e da verdade.
As bibliotecas que formam a Rede estão cheias de novidades. No esforço para tornar o prazer da leitura um hábito nas diversas comunidades, e/ou no atendimento da demanda que cresce inversamente proporcional aos recursos, inclusive humanos, às limitações estruturais de localização, espaço, divulgação. Cada qual com sua estratégia, aos poucos, vão desfazendo "o nó" do trabalho coletivo, em rede, muitas vezes voluntário e carente de sustentabilidade.
Por exemplo: na MeiMei, sábado também é dia de batente, para atender à demanda crescente: crianças pela manhã, idosos à noite - e Marly, a mãe do Jadilson, assume o leme nessa tarefa. Está em curso uma campanha nas comunidades do entorno e nos espaços coletivos, já existe sinalização para o acesso à biblioteca, e uma escada também está sendo construída para facilitá-lo.
Na Biblioteca Popular do Coque, mulheres da comunidade agora são frequentes e algumas, avós inclusive, já levam livro para casa. "O trabalho de arte-educação com artesanato, ministrado por Sandra, é precedido por relaxamento e mediação de leitura. Despertou a criatividade e levantou a autoestima", explica a coordenadora Maria Betânia. As Fuxiqueiras do Coque se orgulham de seus talentos e suas habilidades, antes insuspeitadas,e já têm até exposição dos trabalhos marcada, para o próximo dia 27. Betânia conta que, agora, a mediação leitura está sendo feita, também, em domicílio e há uma agenda com creches e escolas locais.
Dificuldades existem, e são comuns à, praticamente, todos os integrantes da Rede. Mesmo a anfitriã Peró, que conta com uma estrutura física mais apropriada, por exemplo, o reduzido quadro de pessoal limita a atuação, quanto mais que, ao contrário das demais bibliotecas, a Peró não está localizada na comunidade,lembra Luana. Em quaisquer dos casos, outro ponto comum é o empenho em superar ou contornar as barreiras.
A Biblioteca Comunitária Amigos da Leitura, no Alto José Bonifácio, por exemplo, luta com a deficiência de recursos humanos, mas o trabalho segue. Outro exemplo acontece na Biblioteca Comunitária Os Bravistas - Shekiná, no Bairro Ouro Preto, Olinda, que alia a mudança para um espaço maior, em processo, com a recuperação do acervo, alvo de roubo e estragos ano passado.
A Biblioteca Multicultural Nascedouro, do Movimento Cultural Boca do Lixo, em Peixinhos, Olinda, dribla o desfalque "no capital humano", nas palavras do mediador, Rogério, com novos projetos de incentivo à leitura, que seguem "a todo vapor".
Na Biblioteca Cepoma, em Brasília Teimosa, Recife, Isamar, coordenadora, reconhece as limitações de espaço e infraestrutura, "por mais que tenhamos (a comunidade) um senso de pertencimento". A despeito disso, o trabalho avança, e a biblioteca mantém interlocução permanente com as lideranças locais e está presente nos espaços de cidadania da comunidade, famosa por sua capacidade de mobilização.
Na Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares, as atenções estão focadas na reforma, que vai garantir a ampliação da área. Além de aumentar a capacidade de atendimento e oferecer mais conforto aos frequentadores, explica Reginaldo. Há mais: os/as mediadores/as estão recebendo aulas de francês, o que ajuda a ampliar o horizonte literário, e o que aprendem repassam para a criançada frequentadora, ao menos as palavras básicas.
Trabalhar em rede é um desafio, que exige, planejamento, estratégia, disposição e co-responsabilidade; além de "incidência política", observa Érica Verçosa, que já foi mediadora na Biblioteca do Peró, antes de assumir a coordenação pedagógica do Instituto C&A. Como lembra Cida Fernandez, do Centro de Cultura Luiz Freire - uma das facilitadoras do encontro -, "incidência política é papel da sociedade, é controle social".
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Revisto e atualizado em 22.03.2012, às 14:11