Devido à comemoração dos 125 anos de Manuel Bandeira, grande poeta Pernambucano, ou melhor, grande poeta e ponto. Porque Manuel nasceu e fal...
Devido à comemoração dos 125 anos de Manuel Bandeira, grande poeta Pernambucano, ou melhor, grande poeta e ponto. Porque Manuel nasceu e falou muito sobre Pernambuco, sobre Recife, suas ruas e cores, mas Manuel é grande, muito grande, não cabe em Pernambuco, ele é do Mundo, ele transborda para fora das margens dos rios dessa nossa Veneza tropical. Inspirado nessa alegria de festejar Manuel Bandeira, e nós da Rede estaremos participando desse período de festividades e eventos, inauguramos uma seção permanente no nosso Blog chamado: o VIVA! Um espaço onde traremos sempre uma poesia, uma frase, um pensamento de algum poeta, romancista, escritor, vivos na nossa memória, na nossa alma, nos nossos corações e, até mesmo, literalmente vivos e atuantes. Um espaço para se ler e depois, quem sabe, reler, pensar e ficar um pouco mais feliz.
Abrindo esse espaço, vamos de Manuel Bandeira.
Boa Leitura.
A Rede.
[gallery link="file"]
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
Manuel Bandeira.
Abrindo esse espaço, vamos de Manuel Bandeira.
Boa Leitura.
A Rede.
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Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
Manuel Bandeira.