Depois de dois adiamentos por falta de recursos, a Rede de Bibliotecas Comunitárias do Recife, feliz da vida, deu por aberta, nesta quarta-f...
Depois de dois adiamentos por falta de recursos, a Rede de Bibliotecas Comunitárias do Recife, feliz da vida, deu por aberta, nesta quarta-feira, 29 de abril, a Mostra Livros e Mundos, que está aberta a visitações no Centro de Cultura Luiz Freire, Olinda.
O evento teve iníco às 14h horas com a exibição de um vídeo-documentário sobre a experiência leitora, produzido por jovens do Projeto Coque Vive, parceiro da Rede. Gabriel Santana, coordenador da Rede, conduziu uma roda de debate sobre o "papel social das bibliotecas comunitárias". A roda correu solta com debates políticos, protestos e depoimentos apaixonados de pessoas ligadas ao governo (estadual e federal), a instituições não-governamentais, leitores, frequentadores de bibliotecas e integrantes da Rede.
Entre as pessoas ligadas a órgãos públicos, estavam presentes Santino Cavalcanti, do Departamento do Livro e da Leitura, do Ministério da Cultura e Samarone Lima, da Coordenadoria de Literatura da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, além de uma representante da Secretaria de Educação do Governo do Estado. Por ocasião do debate, pessoas que se engajaram há muito na luta pela democratização do livro e da leitura, puderam fazer suas críticas em relação à políticas públicas implementadas na área. Surgiram, por exemplo, números alarmantes a respeito do analfabetismo funcional (no Nordeste, chega a quase 70%) e a urgência da valorização da biblioteca como um espaço de formação do leitor, para que esse quadro mude e se caminhe na direção da construção de um sujeito autônomo. Aliás, durante o debate, a leitura esteve muitas vezes associada à construção de uma visão crítica do mundo, especialmente à uma tomada de consciência a respeito do lugar do sujeito no mundo e, como consequência, uma maior compreensão do funcionamento da sociedade e da política.
Após o debate, uma poética contação de histórias, feita por Érica Verçosa, mediadora de leitura e coordenadora da Biblioteca Peró, aconchegou os pensamentos dos convivas. No final, pipoca, refrigerante e um passeio pela exposição, com fotos, textos e depoimentos sobre o espaço e o ato da leitura pela ótica de frequentadores de bibliotecas comunitárias.